quinta-feira, 29 de maio de 2008

Estratégia Humorlítica

A campanha negativa, com intuito de desqualificar pessoal, profissional ou politicamente o adversário, tem-se revelado uma arma de campanha muito poderosa, mas cujo uso envolve riscos elevados. O mau uso desta arma volta-se sempre contra quem a utilizou.
Há estudos também que confirmam que o ataque humorístico é lembrado por mais tempo e deixa uma impressão duradoura em quem o assiste.

Uma das formas de reduzir este risco tem sido o humor. Reveste-se o ataque ao adversário num formato humorístico, o que o torna menos agressivo e mais aceitável para o eleitor. O argumento é que o espectador é mais receptivo à informação negativa se ela for apresentada num formato humorístico do que se for exposta de uma maneira direta e agressiva.

Mais que isto, se o ataque humorístico tiver sucesso, fazendo o espectador rir, cria-se, por meio dele, uma cumplicidade entre quem o produz e veicula e quem o assiste e julga-o divertido e adequado.

Implicitamente, o candidato atacado é também ridicularizado, pode tornar-se objeto de zombarias, abalando a seriedade de sua candidatura.

Assim, a mensagem negativa é repassada para o eleitor, que a retém e a rememora espontaneamente, e o autor do ataque consegue evitar o ônus político da sua ação, exatamente pela cumplicidade que estabeleceu com o eleitor. Se o eleitor achou graça, riu, e contou a outros, então perdeu a autoridade moral de censurar quem a fez.

Tudo isto pode ocorrer desde que o "ataque humorístico tenha sucesso". É óbvio que se o ataque for percebido como uma peça de mau gosto, sem graça, injusto e inapropriado, não se estabelece aquela cumplicidade com o expectador, e a vítima do ataque dele se beneficia politicamente.

Um dos primeiros comerciais de ataque com características humorísticas foi produzido por Tony Schwarz, para a campanha de Hubert Humphrey, e dirigido contra Spiro Agnew, companheiro de chapa de Richard Nixon, em 1968, nos EUA. Trata-se de uma peça muito curta, num formato minimalista, mas que se tornou um clássico da publicidade política.

Descrição
A câmara começa focando um aparelho de televisão padrão, fechada nos botões e controles, deixando fora de visão a tela. Ao mesmo tempo ouve-se em off uma risada que se transforma numa incontrolável gargalhada enquanto a câmara move-se para trás permitindo ver a imagem da tela. Enquanto a gargalhada continua aparece na tela a mensagem: "Agnew, para Vice-presidente?" A gargalhada alcança seu ponto máximo no momento em que a mensagem ocupa toda a tela.
A peça termina substituindo aquela mensagem por outra: "Isto seria engraçado se não fosse tão sério."

A mensagem era clara: colocar Spiro Agnew tão próximo dos poderes da Presidência era uma "piada" de mau gosto.

O alvo principal desta peça não era Agnew e sim Nixon, que deveria ser responsabilizado por tão infeliz escolha. No final, Nixon venceu a eleição. Agnew, entretanto, acabou tendo que renunciar a seu mandato para não ser cassado.


Fonte: Política para Políticos

Imaginou?! Então Veja:

3 comentários:

Atoxy disse...

Usar o Humor é uma maneira interessante e muito bem disfarçada de atacar o oponente, realmente só de lembrar dos exemplos é hilário.


as: Pedro
Agência Atoxy

dhs disse...

realmente cai bem, não em todos os casos mais nesse caiu bem.

felipe cora disse...

O circo dos politicos maravilha!